Não leiam esse post !

Já começo assim, porque esse post vai ser um desabafo tão intenso e tão necessário que não recomendo que vocês leiam. É isso mesmo, escrevo, mas não desejo essa leitura não !!

Sabe quando você está tão cansada de tudo ? De trabalhar tanto, de querer mudar, de fazer, de não fazer, de esperar, de enriquecer de detalher tudo à sua volta e se esquecer de viver e achar graça das coisinhas mais simples e mínimas da vida. Mas hora ou outra somos forçados a perceber que não, o universo não conspira a nosso favor, nunca irá conspirar, e que se ficarmos mudos, quietos, calados, sem agir estaremos mortos. Mas que também não podemos acreditar que tudo depende da gente e tomar a frente de todas as situações porque aí também estaremos mortos, pois não teremos nem sequer tempo de aproveitá-las, de tanto planejar. Mortos.

Todos os dias aprendemos, ensinamos, e o mais legal e importante é poder chegar em um certo ponto e poder fazer um balanço de tudo, e sortudos aqueles que chegam no equilíbrio como resultado.

Ah o tal equilíbrio. Nunca o desejei tanto, com tanta veemência, e acredito não ser somente eu. Tem dias que estamos tão convictos do neutro, do ok, do tudo bem, e em contra-partida dias em que tudo se perde, foge mesmo do controle, perde-se o rumo, e pomos em dúvida os dias de certeza de equilíbrio. Será que eles existiram mesmo? se sim, por qual buraco escapou tão depressa ? Nem notamos. Se não, então porque não somos capazes de continuar nos enganando e nos equivocando ? Não seria muito mais confortável ? Para todos ? Claro que não.

Qual seria a sensação de estar andando sobre uma corda bamba, daquelas iguais as de circo? Concentre-se, senão você cai !

Ou qual seria a sensação de voar ? Mas voar mesmo, não de avião, não com algum instrumento, só voar, como pássaros que o fazem naturalmente. O horizaonte inteirinho pra se admirar, observar, o barulho do vento gelado batendo no ouvido, braços abertos, e sentir o corpo tão leve e tão confortável, como se estivesse deitado sobre o nada. E o vento se estende pelo pescoço, barriga, pernas. Tudo solto ! Livre ! Sem preocupações, sem lugar certo pra pousar, sem saber onde pousar. Simples, hore que cansar dos braços abertos e boca ressecar com o vento, avistando um galho que chame a atenção, pousa ! E uma nova paisagem se forma para ser admirada. Se não agradar, é só voar. Denovo.

Seguir o fluxo da vida, como um rio, ele te leva, você em muitos momentos o conduz, mas estará nele. Se tentar remar contra a maré, além do esforço que tará que fazer, pouco sairá do lugar. O jeito é seguir o fluxo. O que passou ficou, não há meios de voltar, e o está lá na frente também não há meios de remover, seguindo o fluxo passará por ele. E terá de enfrentar.

Sendo fácil ou não, tendo apoio ou não, apoiando ou não, sendo prazeiroso ou não, sendo trabalhoso, rapido, demorado, divertido, quente, frio, com medo, sem medo, triste, movimentado, ou não. Estará lá. Durante o percurso, esperando sua passagem.

E pode acontecer tudo ao mesmo tempo. Tudo mesmo.

Prefiro pensar que do mesmo modo que o buraco aparece bem na nossa frente, outros buracos, do mesmo tamanho, menores ou maiores, também aparecem na vida de todos. Dos que temos contato raramente, ou sempre, dos que não gostamos, dos que convivemos, dos que fizeram parte de gente em algum momento e dos que ainda vão fazer. Dos que amamos. E aos que amamos, não desejamos buracos, queremos tapá-los. Mas como? com um buraco bem a nossa frente também ? Damos um jeito, fazemos das tripas coração, para que os que amamos consigam não cair em seus buracos...e quem sabe lá na frente a gente perceba que eles não irão parar de aparecer. Pra ninguém. Nem pra gente. Não podemos cansar. Porque temos que continuar levantado dos nossos, e estando ao lado dos que amamos para apoiá-los quando os tais buracos surgirem em suas vidas.

Sem esperar que alguém nos levante, temos que ter força própria, pra gente e pros que amamos. Porque fazemos sem esperar que façam por nós. Mas fazemos. Porque é um dos meios de nos levantar. É mais fácil se erguer com apoio.

E o equilíbrio ?? Ahh, o equilíbrio. Denovo. Cade hein ?